Em 28 de maio de 2006, no campo de concentração de Auschwitz na Alemanha, o Papa Bento XVI proferiu um discurso tão atual para os tempos de COVID-19. Refletindo sobre a terrível realidade dos campos de concentração o Papa indagou: Quantas perguntas surgem neste lugar! Sobressai sempre de novo a pergunta: Onde estava Deus naqueles dias? Por que Ele silenciou? Como pôde tolerar este excesso de destruição, este triunfo do mal?

   Esse silêncio divino tem um objetivo: Despertar-nos. Como se o próprio Deus nos deixasse à deriva na busca de uma resposta diante de tantas mortes, sofrimentos e recessões. Confinados pelo medo da morte, especialmente pela morte dos mais vulneráveis, vivemos uma Páscoa atípica, que entra para a história da Igreja, quando Aquele, no qual colocamos toda fé e esperança, passou pela morte e a venceu. Ele venceu a Morte! A morte foi tragada pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão {Os 13,14}? Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Graças, porém, sejam dadas a Deus, que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo! (Cf. I Cor 15, 55-57)

   A Páscoa é a resposta: o limite de todo mal está na Ressurreição de Jesus Cristo, seu Unigênito. Nosso olhar, desde de nossas casas, deve se voltar para O Vencedor da Morte. Ele nos chama a segui-lo em meio à pandemia do COVID-19. Nesta Solenidade da Ressurreição ouçamos os anjos: Por que buscais entre os mortos Aquele que está vivo? (Cf. Lc 24, 5), ou seja,  Deus quebra o silêncio e nos fala: Cristo Vivo é a resposta de vossa busca! Façamos a experiência do Ressuscitado e anunciemos que nós temos a resposta: Ele vive, Ele reina, ele é Deus, Senhor da história, acolhamos sua presença ressuscitada, ela nos salvará de todo mal.

  FELIZ PÁSCOA!

Comunidade Mãe do Verbo Divino.