A nossa vida é um dom precioso de Deus. E em nosso cotidiano somos desafiados a crescermos no amor a Deus e ao próximo através de incontáveis situações, esperadas ou inesperadas, felizes ou tristes, que nos impelem a progredirmos na fé, a perseverarmos na oração, a confrontarmos com as nossas misérias e pecados e clamando, sempre, pelo auxílio da Misericórdia Divina e da sua Providência. Se pararmos um pouco, e focarmos o olhar na nossa história, mesmo que brevemente, teremos facilidade de identificarmos vários destes momentos, determinantes para a construção da nossa identidade.

   Dentro destas situações, a convivência em sociedade é uma formidável escola, sendo a família o exemplo mais notável desta realidade, seja ela biológica ou religiosa. Na família somos instruídos, alimentados, protegidos, corrigidos, perdoados e convidados a perdoar, num intenso fluxo de amor. Se para a sociedade em geral somos apenas um número, seja de CPF, ou de RG, ou de matrícula funcional, que é facilmente descartado ou substituído, na família devemos ser conhecidos e amados, independentemente das nossas limitações, misérias, destemperos. Sermos amados por aquilo que somos, e não por aquilo que fazemos, pois assim é que Deus revela o seu amor a nós. A família é dom de Deus para nós.

   Deus quando se encarnou quis que fosse no seio da família de José e Maria, a Família de Nazaré. Modelo para todas as famílias, em nenhuma outra houve ou haverá tanto amor, tanta doação, tanta graça.

Somos convidados, a 40 dias da Solenidade de São José, junto da Comunidade Mãe do Verbo Divino, a participarmos do fluxo de amor e graça da Casa de Nazaré pelas mãos do Santo Patriarca. Com José, a crescermos no amor a Jesus e a Maria. Ama-los, servi-los, dedicar-lhes o fruto do nosso trabalho e dos nossos esforços apostólicos, a tê-los como figuras principais dos nossos sonhos e projetos. A Virgem Santíssima é dom de Deus dado a nós pelo próprio Jesus pregado na Cruz, e Jesus é Deus, é o Salvador, Dom por excelência para toda a humanidade.

    “Ide a José, e fazei o que ele vos disser.” (Gn 41,55). Ir a José é fazer também experiência de Jesus e Maria, de tê-lo como instrumento da efetivação da Providência Divina em nossas necessidades. Aprendamos a crescer no amor e na devoção ao mais santo dos homens depois de Jesus e Maria, e dedica-lo o reconhecimento e a devoção que lhe é devida. José não é um desconhecido, mas infelizmente ele é mal-conhecido, reduzido algumas vezes apenas como mais um personagem do Presépio ou como uma pessoa sem grande importância na Família de Nazaré. Justo ele, a quem Deus destinou a missão de guardar os seus tesouros mais preciosos. Peçamos neste exercício quaresmal a Deus a graça de conhecer José pelo silêncio da oração.

“Desta forma, todo o povo cristão não só recorrerá a São José com maior fervor e invocará confiadamente o seu patrocínio, mas também terá sempre diante dos olhos o seu modo humilde e amadurecido de servir e de «participar» na economia da salvação.” (Redemptoris Custos, 1)

Aproveitemos esta oportunidade de acolhermos São José em nossas vidas, sendo concretamente para nós o que ele é para a Sagrada Família e para toda a Igreja: dom de Deus.

Glorioso São José, rogai por nós!

Por José Carlos – Missionário CMVD.

TERÇO DE SÃO JOSÉ