O Sacramento da Penitência, ou do perdão, ou da Confissão ou Sacramento da Reconciliação como nos apresenta o Catecismo da Igreja (Cf. 1423-1424), tem seu destaque neste período quaresmal na vida dos católicos. As paróquias se organizam para os mutirões de confissão próximo à Semana Santa; os confessionários são mais frequentados neste período em preparação para a Páscoa do Senhor, se fala mais da Penitência e das práticas quaresmais: oração. jejum e esmola.

   Mas uma prática espiritual importante merece nossa atenção para obtermos mais frutos espirituais neste tempo de conversão: é o Exame de Consciência. Ele encabeça as 5 atitudes para uma Confissão profunda e frutuosa. Os outros 4 são a contrição, o firme propósito de não mais ofender a Deus, a confissão dos pecados e a satisfação ou penitência. O Catecismo da Igreja elenca 3 ações do penitente a contrição, a confissão e a satisfação (Cf. 1450-1460).

   O Exame de Consciência é um meio eficaz para se progredir na santidade, através da prática frequente do Sacramento da Reconciliação, pois, suscita em nós o amor filial para com o Pai que nos perdoa, em Cristo Jesus.

    Santa Tereza D’Ávila teve uma visão (1): em oração abriu-se diante dela um abismo com chamas vorazes onde se precipitavam muitas almas. Espantada perguntou a Jesus se seriam as almas dos infiéis. O Senhor lhe respondeu: “São almas como a tua, cristãs.” “Então essas almas não praticavam a Religião, não buscavam os sacramentos”, retrucou a santa. E o Senhor respondeu: “”Não Tereza, são almas dos cristão que buscam os sacramentos.” Tomada de espanto ela insistiu: “Bem, então não se confessavam.” E Jesus: “Tereza, elas se confessavam, mas se confessavam mau.”

    São João Crisóstomo afirma “Os homens receberam de Deus um poder que não foi dado aos anjos nem aos arcanjos. Nunca foi dito aos espíritos celestes, ‘O que ligardes e desligardes na terra será ligado e desligado no céu’. Os príncipes deste mundo só podem ligar e desligar o corpo. O poder do sacerdote vai mais além; alcança a alma, e exerce-se não só em baptizar, mas ainda mais em perdoar os pecados. Não coremos, pois, ao confessar as nossas faltas. Quem se envergonhar de revelar os seus pecados a um homem, e não os confessar, será envergonhado no Dia do Juízo na presença de todo o Universo.” (Tratado sobre os Sacerdotes, Liv. 3).

   Em Lc 15, 17ss, o filho pecador decide-se por retornar à casa do Pai amoroso, onde até os empregados são tratados com dignidade. Ele se recorda quem é o Pai, como é sua misericórdia e que sua atitude de deixá-lo não é digna daquele amor. Assim começa o exame de consciência: movido pelo amor pelo Pai, o amor filial. (continua na 2ª parte)

(1) Fonte: Associação Apostolado do Sagrado Coração de Jesus.

O exame de consciência e seus benefícios – 2ª parte